Nasceu em Coimbra em 1980, onde se licenciou em Direito pela FDUC. Depois de exercer advocacia durante alguns anos, decidiu dedicar-se exclusivamente ao mundo do Tango Argentino, atividade que começou a desenvolver aos 18 anos de idade. Desde então que a sua vida tem sido dedicada ao ensino, baile e promoção do Tango Argentino em Portugal e no mundo. Amante da fotografia desde tenra idade, concluiu recentemente o Curso Profissional de Fotografia ministrado pelo Instituto Português de Fotografia em Lisboa, onde atualmente reside.
Enquanto bailarino e professor, trabalhou por diversos países na Europa, Ásia, África e América Latina, o que lhe permitiu não só conhecer diferentes realidades e formas de estar na vida, mas também compreender as diversas formas como as pessoas se relacionam entre si em função da cultura em que se inserem. Percebeu que se as emoções e os sentimentos são universais, a forma de lidar com eles é muito diversa e depende bastante dos condicionamentos da sociedade em que se manifestam.
O Tango Argentino, tendo-se espalhado pelos quatro cantos do mundo e constituindo hoje uma autêntica diáspora, estabelece um ponto de partida comum que não só acolhe, une e integra as diferentes culturas mundiais sob uma mesma atividade, como permite perceber, ao nível das relações humanas, as distintas formas como os seres humanos se relacionam entre si.
Sem nunca abandonar o propósito central que escolheu para si e que é o ensino e promoção do Tango Argentino enquanto ferramenta de expressão artística e de inter-relação humana, percebeu que mais do que um mero fim em si mesmo, o Tango Argentino, enquanto dança social que requer uma ligação real e honesta entre duas pessoas, é também um meio privilegiado de desenvolvimento pessoal. Com efeito, ao exigir do seu praticante uma conexão profunda e transparente consigo mesmo, com o par com quem partilha uma dança e com o ambiente em seu redor, o mundo do Tango gera um pequeno ecossistema onde todas as realidades humanas se manifestam e desenvolvem, proporcionando um espaço propício para que as mesmas possam ser apreendidas, reinterpretadas e integradas.
Na verdade dicotómica de bailarmos o que somos e sermos o que bailamos, há espaço para dançarmos melhor aprofundando a consciência e sensibilidade face a nós próprios e ao mundo à nossa volta e, inversamente, para evoluirmos enquanto pessoas pelo simples facto de aprendermos a dançar melhor.
É por tudo isto que o tema escolhido para a sua apresentação é: “Dançamos o que somos, somos o que dançamos.”